terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O 2º e temido dia do Caminho Inca



Amigos depois de acordar quase a 3.000 metros de altitude o único objetivo do dia é superar os mais 1.200 metros até o topo da montanha de Warmiwañusca, levando em média cinco horas e meia . Logo pela manhã os guias nos informaram das dificuldades e orientaram para que cada um caminhasse no próprio ritmo sem preça de chegar. O caminho é árduo e segue somente em aclive, é o maior esforço físico do Trilha. É comum de vez em quando pensarmos que não vamos conseguir. Eu parei várias vezes para descansar. Andava uns 30 a 50 metros e parava. É algo impressionante o tal efeito da altitude. Pelo caminho é possível perceber no semblante das pessoas o sofrimento e o esforço a cada passo. Toda vez que eu via uma pedra de aprox. 1metro com o formato meio achatado na extremidade, imaginava logo uma poltrona e me desabava rsrsrsrr!!! Numa dessas errei a pedra e se não fosse o arbusto tinha rolado penhasco abaixo kkkkkkkk!!!!! Minha mochila parecia ter dobrado o peso!!! A Rosa foi precavida e comprou numa farmácia em Cusco um tubo de oxigênio spray que lhe foi muito útil, pois várias vezes ela necessitou de ar. O Orlando muito gentil acabou fazendo o serviço de porteador e carregou também a mochila da Rosa. Pra piorar faltando uns 500 metros pra chagar ao topo, começou a chover e a água que caia era tão gelada que tive que aquecer as mão que já iam congelando.
Mas, após muita força de vontade, eis que chegamos ao cume, a 4.200 metros de altitude, e a sensação é de dever cumprido, como se o pico da montanha fosse o objetivo final. Após algum tempo é preciso enfrentar a segunda etapa do dia: uma vertiginosa descida de 700 metros até chegar ao fundo do Vale de Pacaymayu.
chegada ao cume a 4200 metros de altitude.
O caminho até o acampamento de onde será a segunda noite é uma trilha de várias pedras com um grande desnível entre um degrau e outro. A altura dos degraus gera um forte impacto no joelho e dificulta a descida. Nesse trecho, leva vantagem quem estiver com um cajado para usar como um ponto extra de apoio. Em 2 horas atingimos o local do segundo acampamento. Assim no segundo dia, a caminhada termina cedo, entre 14 e 15h, e o andarilho pode ficar curtindo ou descansando o resto do dia.
Eu troquei a roupa e tomei um banho de lenço umidecido. Como disse o Roberto, eu já não me suportava mais rsrsrsrr!!!! Almoçamos e simplesmente apaguei na barraca. Quando foi 19h30min fui, acordado pra jantar, levantei, jantei e dormir de novo!!! Chegava ao fim o temido 2º dia rsrsrsrrrsrs!

Rumo a Machu Picchu: os preparativos em Cusco e o 1º Dia

Bom pessoal o nosso 4º dia em Cusco foi totalmente dedicado a organização para o Caminho Inca. No dia anterior já havíamos contactado a Marisol e marcamos um encontro a partir das 20h(Amazin Adventures). Marisol, uma peruana baixinha e muito gentil, foi até o nosso Hostal e tirou todas as dúvidas pendentes. Ela nos deu um mapa e nos informou detalhadamente como seria o roteiro até Machu Picchu.

Portanto no dia 6/01 fomos a loja de equipamentos (rua dos Procuradores) para alugar os cajados(super úteis) e o sacos de dormir. Já havíamos feito o orçamento em várias lojas. Os preços são bem parecidos mas se tu chorar um pouquinho consegue desconto. Aproveitamos pra comprar agasalhos como fleces e segunda pele, luvas etc. Aproveitei o preço e comprei uma lanterna e um cantil. Pagamos pelo aluguel dos saco de dormir e pelos bastões de caminhada 25 soles por 5 dias cada.

Haaa!!! Me lembrei de uma coisa! Antes combine com o pessoal do Hostal de deixar o restante de sua bagagem enquanto durar a trilha. Muitos Hostals tem um quartinho onde ficam as mochilas e geralmente não cobram nada por isso.

Outro ponto complicado foi definir o que levar para a trilha. Eu já tinha decidido levar uma mochila de ataque pois já sabia que havia trechos na trilha que seriam muito exaustivos. Entretanto, na hora H, não tive como colocar tudo que achava necessário na mochila de ataque e acabei levando o mochilão de 72l. Pra que ???? Sofri viu !!!!


O ideal é levar mesmo o mínimo. Roupa, uma pra caminhar e outra pra dormir capa de chuva agasalhos, meias e escova de dentes e só, nada mais kkkkk!!! Tirando o cheirinho... Ninguém vai reparar que vc está com a mesma roupa a três dias rsrsrsr!!! Pior será se vc dividir a barraca com alguém com o ofalto apurado, quer dizer pior pra ele kkkkkkkkkkk!!!!!!!!!

Eu levei uma roupa pra cada dia rsrsrsrr!!! Além de capa de Chuva e duas calças impermeáveis. Toalha (que não usei rsrsrsr). Pô parecia moça. Já os produtos de higiene como desodorante, papel e lenço umidecido foram muito úteis !!! Haaa !!! Não esqueça o protetor solar e o chapeu. Ao final somando o peso do saco de dormir a mochila ficou o bicho pra carregar. Devia tá pesando uns 11kg. E olha que 11kg na Trilha Inca já e coisa pra caramba. Quase paguei um porteador para o 2º dia! Foi dureza!!!! kkkkkkkk!!!!



1º Dia (07/01/2009)

Bom, no dia 07/01 o combinado com a Marisol era de esperar o bus na rua do Hostal Ruínas. Acordei às 5h30min e saí bem cedo do hostal ás 6h. Saí antes de Mariane e Rosa que estavam um pouco atrasadas. Chegando no local onde pegaríamos o bus já havia um grupo de gringos e um bus parado. Pensei que fosse o grupo o qual faríamos parte mas havia uma guia peruana que me informou que eles iriam com outra agência.


Logo chegaram Mariane e Rosa que foi correndo ao locutório (orelhão) para ligar para suas 2 ticas, afinal ficaríamos 4 dias incomunicáveis.

Depois chegou o motorista do bus com um grupo de 5 mochileiros 4 ticos e una tica. Confirmou se éramos da Agência Amazin e nos convidou para entrar no bus. Em seguida chegou Orlando um peruano franzino e se apresentou como nosso guia. Por último chega mais um, o Keni (que de peruano não tinha nada rsrsrsrr) e também se apresentou como guia.
Em fim o bus saiu do lugar. Nosso destino, km 82 (depois de Ollantaytambo num local denominado Piscacucho). Antes o bus para novamente numa ladeira. Os Guias desceram e fiquei observando a movimentação do lado de fora. O local parece uma praça onde os porteadores são contratados. Depois de quase 30 minutos entram no bus mais alguns peruanos.

A viagem então segue seu rumo até a cidade de Ollantaytambo. Lá o keni nos informou que faríamos uma parada de rápida para um lanche. Como estávamos sem desayuno, foi um boa. fui até um restaurante que fica bem em frente a praça central. O local é agradável e o rango servido no andar superior onde tem uma varandianha. Tinha uma galera rangando, almoçando mesmo, em plena 9h da manhã. Eu fiquei no pão com presento, queijo e ovo. rsrsrr!! Haaa filei o pão da Mariane que foi servido com geléia rsrsrr!!!
Era quase 10h quando o bus saiu. Pegamos uma estradinha de terra muito estreita, que beirava o rio Urubamba de um lado e do outro uma ferrovia. O trajeto durou uns 40 minutos e logo chegamos a um local que parecia um estacionamento repleto de quiosques.

Ajeitamos nossas mochilas e finalmente nos apresentamos. Nossos companheiros de viagem seriam o casal argentino Diego(carequinha) e Florençe, e os amigos também argentinos, Roberto, outro Diego (estudante de farmácia)e Martin.

Apresentações feitas, mochilas nas costas, iniciamos nossa caminhada, antes porém é obrigatório a passagem numa caseta de control (ponto de controle de Piscacucho) para apresentar nosso boleto de ingresso juntamente com o passaporte. Nesse local vc pode carimbar seu passaporte.
Começamos a 2450 metros de altitude numa trilha plana, larga e bem delimitada. Caminhando aproximadamente 2 horas e meia, chegamos a uma planície onde normalmente é a parada do almoço. Aqui é o último banheiro até Wayllabamba - do jeito que o conhecemos como tal - antes Da esquerda Florençe, Diego(carequinha), eu, Mariane, keni, Martin, Roberto, Diego e Rosa



As altas montanhas cobertas por um vegetação rasteira dominam a paisagem, com o curso do rio serpenteando em meio ao profundo vale tendo no horizonte alguns nevados.

Em menos de uma hora após retornarmos a caminhada, estamos na beira de um penhasco onde é possível admirar, lá em baixo, o Pattalaqta, primeiro dos cinco sítios arqueológicos existente ao longo da trilha.


O povoado de Wayllabamba é onde se monta o primeiro acampamento, depois de 10 Km e cinco horas e meia de caminhada desde o ponto de partida. Quando chegamos os Argentinos já haviam chegado a 20 minutos e as barracas já estavam montadas juntamente com a tenda onde seria servido o jantar.


Na trilha acorda-se cedo - por volta das cinco horas - e por isso também se dorme muito cedo. Uma boa noite de sono é fundamental, até porque já sabemos que o dia seguinte será longo. Então o jantar foi servido por volta das 19 horas


Na minha opinião o 1º dia é tranquilo apesar de alguns trechos exigir maior força e resistência do caminhante, principalmente se estiver com uma mochila pesada como a minha rsrsrr. Recomendo a todos que desejam encarar o "Inka Trail to Machu Picchu" que se preparem fisicamente pois o 2º dia é de matar!! kkkkkkk!!!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Um tour pelos arredores de Cusco

No dia 05/01 fizemos um city Tour pelos arredores da cidade de Cusco. O passeio vale a pena e é feito em meio dia. Pela bagatela de 16 soles (chorado, diga-se de passagem) conhecemos o Templo de Qorikancha situado bem pertinho da Plaza de Armas na av. El Sol, as ruínas grandiosasa de Saqsaywaman, o santuário religioso de Q'enqo, Puka Pukara e Tambomachay.

Qorikancha (templo do Sol)



Detalhe da sobreposição da cosntrução espanhola sobre a construção incaica. Segundo o guia a a parede espanhola teve que ser recontruída várias vezes após os terremotos.


Há uma dúvida se Qorikancha foi construído por Manco Capac, ou se foi construída antes de 1438 quando ela foi alargada por Pachacutec, que também construiu Machu Picchu. No século XVI, os espanhóis destruíram o Qorikancha e construiram o Convento e a Igreja de Santo Domingo. O Convento e a Igreja foram construidos sobre as ruínas, onde as fundações de basalto típico da arquitetura Inca ainda existentes resistem ao tempo assim como elementos da arquitetura interna como por exemplo as paredes que resistiram a todos os terremotos da região.


Saqsaywaman (a fortaleza)


Depois de visitar Qorikancha fomos até o Parque arqueológico de Saqsaywaman que tem uma extensão de 3 mil hectares, sendo localizado a dois quilômetros ao norte da cidade do Cusco, considerado como único no mundo pelas suas características colossais.Quem visita Cusco em Junho( 24 de junho) não pode perder a festa Del Inti Raymi (festa do Sol) que ocorre nesse local. A pedra usada pelos Incas na construção dessa fortaleza são blocos de até 9 metros de altura e 5 de largura que se ajustaram perfeitamente em todos os lados. O maior bloco de pedra pesa mais de 70 toneladas. A fortaleza tem 360 metros de comprimento, e tem portas, galerias e torres localizadas estrategicamente. De lá temos uma vista interessante de Cusco.


O guia Carlos diante do maior bloco de Saqsaywaman. Observe o perfeito encaixe do bloco.
Segundo o Guia que nos acompanhava sua construção levou cerca de 77 anos (1431 - 1508) nos reinados de Yupanqui e Wayna Qhapaq. Foi destruída a partir de 1537 pra retirada de pedras e bolocos para a construções espanholas em Cusco.

Q'enqo (labirinto)



Q"enqo está apenas 1 km de Saqsaywman. É tido como um santuário de culto a fertilidade. Composto por por um anfiteatro, um monolito central e algumas passagens subterrâneas.



O monolito conhecido como rocha sagrada tem 6 metros de altura e foi desfigurada pelos espanhóis na tentativa de extirpar a idolatria dos nativos.



Na passagem subterrânea de formato semicircular encontra-se uma mesa talhada na rocha que supostamente era usada ritos de trepanção (corte no crânio) ou mumificação dos mortos.

Puka Pukara ( Puka= colorida Pukara= fortaleza)


Localizada a 7 Km de Cusco Puka Pukara foi uma espécie de posto de controle de trânsito de pessoas e mercadorias e também alojamento. Segundo consta, qundo o Inka (imperador) passava pela região ficava em Tambomachay e todo sua comitiva e bailarinas ficvam em Puka Pukara.





Tambomachay (lugar de descanso)


Próximo a Puka Pukara (aprox. 8 km de Cusco) Fica o complexo que na epoca era destinado ao descanso e ao banho do imperador Inka. O local é um sítio arqueológico que foi destinado ao culto da água, com fontes que descem dos picos nevados. O mais interessante é que as fontes estão funcionando perfeitamente até hoje. O complexo é feito de vários canais de água. Há um certo canal sagrado que se divide em outros dois secundários, os quais jorram precisamente o mesmo fluxo de água. Coloque um copo em cada e eles vão se encher exatamente ao mesmo tempo. Tambomachay foi o ponto mais alto de toda a nossa viagem ao Peru, onde atingimos 3800 metros acima do nível do mar.





sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Cusco e o Vale Sagrado

Com 3500 metros de altitude, Muralhas de pedra, igrejas barrocas, ruas estreitas e muitos, mas muitos turistas. Parece até a descrição de Ouro Preto-MG mas não é. Essa é a visão que se tem de Cusco. Apesar da sua semelhança com Ouro Preto, Cusco é muito mais vibrante e pitoresca. A marca da cidade são as construções erguidas pelos espanhóis sobre os sólidos vestígios das antigas construções Incas.

Na língua quechua, Cusco significa umbigo do mundo. Diz a lenda que Cusco foi fundada por Manco Cápac e por sua irmã Mama Occlo, (Séc. XI e XII) A topografia do lugar que é acidentada com inúmeras ladeiras. Cenário desenhado, vieram então os incas e construíram ali a capital de seu império. Resultado: a cidade é repleta de muros centenários, que estão dentro de restaurantes, em fachadas de lojas de câmbio e onde mais se puder imaginar. Além dos muros, eles deixaram Qorikancha, um templo dedicado ao Sol, que, quando os espanhóis chegaram, era coberto de ouro, e muitos sítios nos arredores, como Tambomachay e Saqsaywaman.
Cusco é uma cidade agradabilísssima. Porém, cuidado, tudo é muito caro rsrsrsrsr!!!! Em relação a segurança podem ficar tranquilos Cusco é muito segura pelo menos no centro histórico (arredores da Plaza de Armas).

No dia 4 fomos conhecer o Vale Sagrado. Para isso tivemos que desembolsar 130 soles (boleto turístico) + o custo do tour 23 soles + 25 soles do almuerzo. Nosso roteiro de 1 dia incluia: Pisac, Urubamba, Ollantaytambo, Chinchero. Esse roteiro é impérdivel a visita aos complexos arqueológicos são guiados e as informaçoes são muito interessantes. Mas se quiser pode ir sozinho como o casal de BH. Não minha opinião a única vantagem é que tu vai ter mais tempo em cada lugar mas precisará de 2 dias pra conhecer tudo.


O Vale Sagrado dos Incas está composto por numerosos rios que descem por pequenos vales; possui numerosos monumentos arqueologicos e povoados descendentes dos indígenas.
Este vale foi muito apreciado pelos Incas devido a suas especiais qualidades geográficas e climáticas. Foi um dos principais pontos estratégicos de produção agrícola pela riqueza de suas terras é o lugar onde se produz o melhor grão de milho, quinua, e muitas espécies de papas(batatas) no Peru.



Abaixo a famosa Inka Kola que resolvi provar no almoço em Urubamba. E quem fabrica é a Coca -Cola rsrsrsr!!!


Os portais Incas são contruidos com milimétricas inclinações para resistir aos efeitos sísmicos da região.


Uma das montanhas que cercam a cidade mostra formações rochosas que lembram a metade de um rosto, aparentando com um rei de barba e coroa. O rosto apareceu após de um terremoto. Ao lado do rosto existe um silo de alimentos, que muitas das vezes é confundido com uma prisão. A localização do silo foi muito bem planejada, mesmo em dias de sol intenso, o vento forte que bate na montanha mantém o local bem fresco, favorecendo a conservação dos alimentos.



Olaantaytambo é um dos sitios arqueológicos mais monumentais do antigo Império Inca. Comumente chamado "Fortaleza", devido a seus descomunais muros, foi na realidade um tambo ou cidade-alojamento, localizado estrategicamente para controlar o Vale Sagrado Algumas das rochas utilizadas na construção são somente encontradas a alguns quilômetros da cidade, o que revela o domínio de técnicas avançadas de transporte de rochas. As pedras eram trabalhadas antes de serem transportadas e nesse trabalho eles deixavam sulcos para facilitar o transporte, mediante amarração de cordas.



Em Chinchero uma pequena aldeia situada a 3762m cerca 30 km de Cusco há belas vistas com vista para o Vale Sagrado dos Incas, com a Cordilheira Vilcabamba e do pico Salkantay e Verônica dominando o horizonte ocidental.
A construção do muro e muitas outras ruínas e terraços agrícolas (que ainda estão em uso) são atribuídos a inca Tupac Yupanqui. A entrada para a principal praça e ruínas exige o tal 'boleto turistico ".
Na praça principal há uma igreja colonial feita de adobe sobre os alicerces de um templo inca ou palácio que data de início do século XVII e uma feirinha de artesanato.